Uma proteína que promove crescimento dos neurônios e vasos sanguíneos pode parar a progressão de uma doença genética degenerativa no cerebelo, de acordo com uma nova pesquisa pré-clínica realizada na Universidade Northwestern e publicada na revista Nature Medicine.
A doença, ataxia espinocerebelar tipo 1, ataca principalmente na faixa dos 30 e 40 anos e causa degeneração no cerebelo, área do cérebro que ajuda a coordenar movimentos.
Com a progressão da doença de 10 a 20 anos os pacientes morrem de aspiração ou pneumonia infecciosa.
A doença é causada pela mutação da proteína chamada ataxin-1, que tem papel de regular a proteína chamada fator de crescimento endotelial vascular ou VEGF.
Quando os cientistas reabasteceram de VEGF o cérebro de um rato que tinha a doença, estava com o cerebelo atrofiado, ele começou a ficar normal e houve aumento nas conexões entre os neurônios. Os camundongos também tiveram melhorias no equilíbrio.
De acordo com Punnet Opal, professor de neurologia e biologia celular e molecular da Escola de Medicina da Universidade Northwestern, se o VEGF for administrado no início da doença ele impede a degeneração. A pesquisa aponta que o uso da substância aumenta os vasos sanguíneos no cérebro e também impede os neurônios de morrer.
O estudo fornece novas informações sobre a doença degenerativa, pois os pacientes já nascem com a doença, mas só a desenvolvem quando passam a envelhecer. "Pode haver uma conexão entre a mutação genética dos pacientes com seus vasos sanguíneos não se manterem à medida que eles envelhecem", explica Opal.
Segundo o líder do estudo, assim que o VEGF foi entregue aos ratos, os vasos sanguíneos foram aumentados e a doença parou de progredir.
Fonte: UOL Ciência e Saúde
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